É isto galerinha.
O ano começou, e com ele uma nova definição de:
“pedalzinho tranquilo, póficatranquilo, só pra gente dar
risada”: aquele em que não ocorre nenhum fato ou evento fora do normal, como
quedas, ataques de onças, deslizes repentinos. Não serve de prenúncio de pedal
light.
“índice cabritinho”: o índice cabritinho diz respeito pura e
simplesmente à altitude máxima alcançada, não servindo de referência pra
elevação acumulada.
UHAHUAUHAUHAUHAUHUHA
Pedal light, pedal light. Pedal
light é o baralho.
Saimos em 5 (Poletto, Lamin, Jeronimo, Maicon e eu) da praça de
Antônio Carlos, em direção à Rachadel por um asfaltinho beeeem tranquilo, ritmo
beeeem de boa, pra acompanhar o amigo que so treinou alterocopismo nas férias.
Já de cara, 500 metros pedalados e parada básica pra conferência
sobre o funcionamento do GPS (hehehehe); finda a consulta, seguimos o track
feito à mão, ouvindo a historia de como o Maicon instalou a máquina de lavar
roupas nova, comprada pra casar (“Ei, tu não escreve nada sobre isto aí, senão
a Luiza já vai começar a me incomodar pra casar, tá?”) entrando á esquerda onde
indicado e me chateando pelo fato de uma estradinha tão bonita já ter sido
asfaltada (acho que a ultima vez que passei ali foi em 2008 numa corrida do
Valmir Carvalho), e logo o GPS indicava outra quebrada, agora à direita, que
dava de cara na cerca de uma casinha; mais um fórum, e seguimos o instinto,
que nos mandava ir por outro lado, vendo então que tínhamos acertado a mão.
Logo o GPS berrou que tinha encontrado o percurso, e algum engraçadinho no
pelote berrou: “alguém me ensina a usar o XEPEESSE? Eu tô perdido aqui em cima,
néne.”. Vai vendo...hehehe
Seguimos o rumo então, confiantes que “agora sim, agora tamo
certo”. Deu nem tempo de acabar a frase, e o visual dos morros nos mostrou que
havia a possibilidade de não ser assim tão light quanto o prometido no chamado.
O lugar era demais, bonito pacas, a estradinha sombreada pela copa das arvores,
tudo muito bucólico, riozinho correndo, vaquinhas pastando, nem cães havia hoje
lá. Tava tudo perfeito.
Quer dizer, TAVA.
Aos poucos, a beleza do lugar foi sumindo. Começou pelas árvores
grandes, sombrosas, que nos ofereciam proteção do Sol forte, passou pra
estrada, que deixou de ser macia e tornou-se arenosa, sobretudo nas curvas, e
culminou creio que numa subida das mais longas e íngremes já pedaladas por nós.
Mas era força de subida. O visual era bonito, em algumas curvas podíamos ver o
vale sumindo láááá embaixo; numas das subidas perguntei a um senhor que tava
num galpão:
·
Sr, falta muito pra cachoeira?
·
Heeeinnn?
·
Falta muito pra cachoeira?
·
Ah, falta um montão, vocês tão quase na metade da subida já.
Por sorte os escaladores pararam na curvinha com sombra pra
esperar os últimos, tomar uma água, refrescar a carcaça. Alguem disse:
·
Ta vendo aquela estradinha lááá em cima? Acho que nós vamos passar
por ela.
Outros retrucaram:
·
Tu ta maluco? Nos estamos indo pra esquerda, como que tu quer
passar lááá em cima, na direita? Bebesse? Olha quanto a gente teria que
subir....
E tocamos pra frente, ou melhor, pra cima. Mais um bocado de
subida, paramos noutro ponto com sombra pra esperar o radiador baixar a
temperatura, e outro alguém diz
·
“É, acho que nós vamos passar lááá em cima mesmo”, provocando
risos da galera.
Era mais um monte de subida, e agora sim um visual matador de
todo o vale. Depois disto tudo chegamos ao cume, onde 2 moradores arrumavam um
mata-burro, e o Maicon e o Jeronimo, do alto de suas vontades de fazerem
amigos, puxaram papo até a galera chegar. Quando um dos 3 sobreviventes chegou,
ouviu um sonoro “com esta graxa toda ai?”, e a risada correu solta.
Algumas informações e risadas, e continuamos o trajeto, faltava
pouco pra tal cachoeira. Fizemos uma trilhinha indicada pelos moradores, single
track caminho do gado, onde haveria um visual matador com direito a ver o mar e
tudo. Uma queda impressionante do Lamin quase se esparramando num monte de
adubo recém extraído da D. Mimosa (o mesmo Lamin já havia encagaçado o pé todo
no morro), e fomos até a cachoeira.
O desbravador Lider Selva encontrou um pico acima de onde
estávamos, onde havia uma “lagoa”, e todos foram tirar a inhaca da subida. Água
gelaaaada e transparente, coisa linda, local show de bola (isto sim é
mountain-bike).
Na volta, como não podia deixar de ser, foi aquela pauleira na
descida e depois pedalzinho ritmado no asfalto pra chegar logo num boteco, o
mais rápido possível, antes que o Geléia derretesse.
Após 36 km de pedal num ritmo tranquilo, mas num nível pesado pós férias,
saímos de lá com a sensação de dever cumprido e de que 2013 nos proporcionará
váááários pedais divertidos.
Era o que tinha pra hoje, e sábado que vem tem mais.
Altimetria:
Acumulado: 736
Maximo: 579
HAHAHAHAH esse Leozinho...
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